por Priscila Gorzoni
De repente a terra começa a tremer, as águas dos poços borbulham, as cobras saem da hibernação antes do tempo, os ratos perdem o medo do homem: esses são sinais de que algo está errado. Quarenta e cinco segundos depois o tremor acaba e o que resta é o cenário da destruição deixada pelo terremoto. O asfalto onde passam os carros partiu-se em dois, algumas rodas de automóveis ficam presas, os motoristas descem correndo pelas ruas em chamas em busca de algum lugar seguro, mas o que encontram são casas destruídas, paredes se partindo, o fogo absorvendo tudo, fora os 15.000 mortos estirados nas calçadas e meio milhão de desabrigados. Essa é a descrição de um dos mais terríveis terremotos da história, acontecido na Turquia na madrugada de 17 de agosto em 1999, que deixou um prejuízo de bilhões de dólares ao país. Porém, esse não seria o último...
Era um Dia de Todos os Santos, em Lisboa, Portugal em 1755. As ruas estavam cheias de mulheres, crianças, homens todos vestidos com suas roupas mais chiques para participar das missas da festa religiosa. As pessoas conversavam normalmente nas calçadas quando a terra começou a balançar e as ruas se abriram engolindo alguns. Os outros corriam sem saber para onde ir, pois do outro lado as casas desmoronavam sobre suas cabeças. Por isso, ir para casa seria pior. A multidão então partia para o Rio Tejo, que cresceu tanto e engoliu todos. Não havia escapatória, pois os que restavam eram devorados sem dó pelo fogo. Esse seria o cenário de um dos mais trágicos terremotos da história, que matou mais de 70.000 pessoas.
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Mais tarde, em 1908, um terremoto voltaria a acontecer, desta vez no sul da Itália, nas cidades de Messina e Reggio Calábria. Naquela época, Sr. Ângelo Previatti tinha apenas 23 anos e fazia a sua barba em frente ao espelho do banheiro, quando viu metade do prédio a sua frente ruir. Ele foi um dos sobreviventes da catástrofe que matou 100 mil pessoas.
Oitenta e três anos depois, o México viveria um dos seus piores momentos: era dia 19 de setembro de 1985, às 7:22 horas, e vinha do bairro de Roma, na Cidade do México, a primeira voz a ecoar no meio do silêncio dos escombros do terremoto "El temblor". Esse foi um dos mais brutais desse século, eram as palavras angustiadas de um policial, que anunciava desesperado pela rádio: "O ministério das Comunicações está desabando, por favor enviem equipes de salvamento". Enquanto isso, do outro lado, um grupo de pessoas corria no meio das paredes e móveis em pedaços, olhando o que sobrou de suas casas e procurando seus parentes desaparecidos. No meio deles está uma menina com os olhos angustiados, procurando pelo pai no meio dos escombros, enquanto os bombeiros buscam entre os cacos algum sinal de vida (trecho retirado do Reader´s Digest de março de 1986).
Mais tarde, em 1999, a noite de 17 de agosto parece estar tranquila. Diante do silêncio a cidade de Izmit, uma das mais povoadas, dorme, quando de repente sem nenhum aviso prévio a terra treme, os objetos caem no chão, paredes, portas e tetos matam pessoas. O saldo do dia seguinte seria o de 15.000 mortos e meio milhão de desabrigados e um prejuízo de bilhões de dólares ao país.
Os terremotos possuem várias categorias, baseadas na escala de Mercalli, cada uma com intensidade capaz de ser sentida de determinadas maneiras
Esses relatos são uma parte do que um terremoto pode fazer.Geralmente ele costuma atacar os países do oeste da América do Sul (Peru, Colômbia), algumas regiões da América do Norte e em alguns países da Ásia, como a Índia, mas chega sem aviso prévio e faz o seu estrago. A cada ano, o planeta sofre cerca de um milhão de terremotos. E, ao longo da história da humanidade, os terremotos têm feito milhares de vítimas: só em 2001 fez mais de 21.000 mortos. E seus reflexos são sentidos a quilômetros de distância, porque a energia liberada pelo terremoto espalha-se por vibrações denominadas ondas sísmicas.
É preciso entender que os terremotos não são maus, mas fazem parte de um movimento natural da Terra; afinal, como a nossa vida, o planeta também é dinâmico.
Eles têm o seu lado positivo: servem para que os cientistas possam estudar melhor o centro da terra e são responsáveis pela formação rochosa do planeta. O ideal é que as pessoas não habitem os lugares onde eles acontecem, geralmente continentes situados entre o encontro das placas tectônicas.
OS DEZ PIORES: |
ANTIGAMENTE
Os povos antigos tinham uma concepção diferente sobre eles. Achavam que o gigantesco tremor da terra era castigo de Deus pelos pecados humanos. Tanto que, no terremoto de Portugal em 1775, os sobreviventes foram queimados vivos. Os antigos também tinham explicações curiosas para o fenômeno: para o grego Tales de Mileto a Terra boiava na imensidão das águas, que quando se agitavam demais formavam terremotos. Se disséssemos para eles que a Terra é cercada de placas, semelhantes a mosaicos que se separam e se encontram, com certeza não acreditariam. E estava aí a chave da resposta.
LOCAIS ONDE ELES MAIS APARECEM
Existem duas faixas de maior ocorrência sísmica. A primeira (81%) é o chamado Cinturão de Fogo, que rodeia a costa oeste do continente americano (estende-se do Chile até Nova Zelândia passando ao longo da América do Sul, Central, México, costa oeste dos Estados Unidos, sul do Alasca, Japão, Filipinas, Nova Guiné e as ilhas do sul do Pacífico). A outra (17%) vai do mar Mediterrâneo até a Ásia meridional, incluindo os arquipélagos espalhados pelo oceano Pacífico.
VÁRIAS CATEGORIAS
Os terremotos possuem várias categorias baseadas na escala de Mercalli, cada uma com intensidade capaz de ser sentida de determinadas maneiras. Na I, o terremoto é sentido apenas por instrumentos científicos. Na II, algumas pessoas e animais sentem. Na III, já é sentido por muitas pessoas dentro de casa, pois alguns objetos pendurados oscilam. Na IV, todas as pessoas notam, como a vibração de um caminhão pesado passando. Na V, destrói algumas construções, ele já é sentido fora de casa. Na VI, estruturas balançam e paredes começam a cair. Na VIII, causa um desastre incalculável e danos irreparáveis em construções reforçadas. Na pior de todas, a IX, não sobra nada; não há registros certos de um terremoto desse nível, apesar de se acreditar que em Lisboa, em 1755, o terremoto possa ter atingido esse grau. No grau X, a maioria das construções é destruída até as fundações. No grau XI, trilhos bastante entortados e tubulações completamente destruídas. No grau XII, temos destruição total, grandes blocos de rochas deslocados.
*Artigo publicado originalmente na Revista Geografia, edição 42, 2012. Disponível em: http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/42/sumario.asp
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