UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA
Reconhecida pela portaria nº 821/MEC-D.O.U de 01.06.94
UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA
CURSO: LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA: Geografia da Paraíba CARGA HORÁRIA: 60h/a CRÉDITOS: 04
PROFESSOR: Prof.º MSc. Márcio Balbino Cavalcante
CONTATOS: marcio-balbino@hotmail.com Tel: 83 - 88531685
1. EMENTA
A formação sócio-territorial do Estado; Políticas regionais e a produção do espaço; A dinâmica demográfica. Análise das unidades geoambientais; Diversidades socioambientais e planejamento; As cidades e a caracterização do espaço urbano. As relações de produção e a Organização do espaço Agrário; Aspectos contemporâneos.
2. OBJETIVO GERAL
Compreender a organização do espaço geográfico paraibano no tocante ao quadro natural e a correlação com a sua organização social e econômica paraibana, de modo que os alunos passem a compreender a dinâmica do território paraibano nas suas inter-relações com outros espaços regionais, nacionais e internacionais.
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Unidade I - Geografia, Ambiente e Recursos Naturais do Paraíba
1- Localização e formação histórica e regionalização
2- Aspectos naturais.
Unidade II - Sociedade e Economia – origens e perfil atual da Paraíba
1- População e migrações.
2- Áreas com restrições ao uso dos recursos naturais: Terras e populações indígenas, Unidades de conservação.
3 – Turismo, cultura e desenvolvimento paraibano
Unidade III - Potencialidades naturais da Paraíba
1- Energia, estradas, reservas minerais, produção extrativa e vegetal e produção agropecuária.
Unidade IV - As Transformações do Espaço Paraibano e seus Reflexos no Federalismo Brasileiro
1- Estrutura produtiva e organização produtiva (1943 – 1974).
2- Planejamento estatal e diversificação produtiva (1975 -1987).
3- Estadualização e sustentabilidade econômica (Pós 1988).
4- Povos indígenas da Paraíba.
Unidade V- A apropriação do espaço urbano e do espaço agrário paraibano e os problemas socioambientais
1- Urbanização, questão ambiental, estrutura fundiária, a expropriação do camponês e os conflitos agrários.
2 - Recentes transformações do(no) espaço agrário paraibano: “novas” funções e “novos” processos/conteúdos
5. METODOLOGIA DE ENSINO
Serão ministradas aulas expositivas e práticas, de caráter dialógico, entre educandos e professor, de modo que se possa compartilhar o conhecimento, mutuamente. Com o apoio de recursos didáticos, como exibição de imagens digitais, cartográficas e estatísticas, através de projetor multimídia e uso de textos como roteiros das aulas. Durante a exposição, o docente poderá suscitar dúvidas acerca do conteúdo que está sendo trabalhado, utilizando-se, para isso, de material e questionamentos. Ao final, será realizada aula de campo como parte da análise do espaço geográfico paraibano.
6. AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem será de forma contínua e participativa, com o fim de se observar a compreensão, por parte do corpo discente, das unidades didáticas em estudo. Poderá, ainda, acontecer o desenvolvimento de atividades escritas e de pesquisa individual e em grupo, a fim de se acompanhar o surgimento de possíveis dificuldades no decorrer do processo.
7. RECURSOS
8. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DRUMMOND, José A. e PEREIRA, Mariângela de A. P. A Paraíba nos tempos do Sisal. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
PORTO, Jadson. Paraíba: Principais Transformações Econômicas e Institucionais – 1943 a 2000. João Pessoa: Edição do autor, 2007.
MORAIS, Paulo Dias e MORAIS, Jurandir Dias. A Paraíba em Perspectiva: Uma abordagem histórico-geográfica. João Pessoa: Gráfica J. M., 2005.
SANTOS, Antônio Carlos R. Geografia da Paraíba. João Pessoa: Gráfica JM, 2008.
9. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALMEIDA, Jose Américo de. A Paraíba e seus problemas. 3 ed. João Pessoa: A União. 1978.
ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste. 4. ed. São Paulo: Livraria Ciências Humanas, 1980.
BECKER, Bertha K.; EGLER, Cláudio. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
CARVALHO, Maria Gelza R. Fernandes de. Estado da Paraíba – Classificação Geomorfologica. João Pessoa. Editora UFPB. 1982
CAVALCANTE, Márcio Balbino. Ecoturismo no bioma Caatinga: o caso do Parque Estadual da Pedra da Boca, Paraíba. Revista Nordestina de Ecoturismo, Aracaju, v.2, n. 1, p. 25-38, 2009.
LOPES, Boaz Vasconcelos. João Pessoa, Capital da Paraíba: Em meio a uma das maiores Mata Atlântica urbana do Brasil. Revista OKARA: Geografia em debate, v.7, n.2, p. 292-300, 2013, João Pessoa. Disponível em: http://www.okara.ufpb.br/ojs2/index.php/okara/article/view/15835/10434
MELO, Antônio Sérgio Tavares de; roDRIGUEZ, Janete Lins. Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental. 3. ed. João Pessoa: Grafset, 2012.
MOREIRA, Emília; IVAN, Targino. Por um pedaço de chão. João Pessoa. Editora da UFPB, 1997.
_______. Capítulos de Geografia Agrária da Paraíba. João Pessoa: Editora da UFPB, 1997.
MOREIRA, Emília; IVAN, Targino. Espaço, Trabalho e Capital no campo paraibano. Revista da ANPEGE. v.7, nº. 1, p. 147-160, out. 2011, Goiânia. Disponível em: http://anpege.org.br/revista/ojs-2.2.2/index.php/anpege08/article/view/154
OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma re(li)gião: Sudene, Nordeste, planejamento e conflitos de classes. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
roDRIGUEZ, Janete Lins. (Coord.). Atlas Escolar da Paraíba: Espaço Geo-Histórico e Cultural. João Pessoa: Grafiset, 2014.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SEABRA, Giovanni. Paraíba. 1. ed. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014.
10. SUGESTÃO DE SITES
Blog Convite à Geografia/ Prof.º Msc. Márcio Balbino Cavalcante. http://conviteageografia.blogs.sapo.pt
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE: http://www.ibge.gov.br/
Ministério da Integração Nacional: http://www.integracao.gov.br/
Instituto de Terras e Planejamento Agrícola da Paraíba – INTERPA. http://www.interpa.pb.gov.br/
Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA. http://www.sudema.pb.gov.br/
Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual - IDEME. http://www.ideme.pb.gov.br/
Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba - AESA. http://www.aesa.pb.gov.br/index.php
Márcio Balbino Cavalcante
Mestre em Geografia - UFRN
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e apropriação em relação a natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos ambientais. O advento do hábito sedentário levou o homem a desenvolver novas habilidades tecnológicas necessárias a edificações de casas, manejo do solo, uso do fogo, produção de tecidos e vestuários; ferramentas de trabalho; o transporte; a roda; a tração animal; o aproveitamento de energia; dentre outras.
O preço do desenvolvimento
Em aproximadamente duzentos anos de industrialização do planeta, a produtividade de bens materiais e seu consumo se deu de forma bastante acelerada, ocorrendo uma considerável degradação do meio ambiente, comprometendo a qualidade de vida da população. Nesse sentido, a crise ecológica que destrói o planeta Terra, põe em risco a sobrevivência da diversidade dos sistemas vivos, incluindo aí o próprio homem. A maioria dos problemas ambientais do planeta provém de um certo estilo de cultura adotado pela sociedade.
O Planeta Terra vive um período de intensas transformações técnico-científicos, em contrapartida das quais engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos, que se não forem remediados no limite, ameaçam a implantação da vida em sua superfície. Paralelamente a tais perturbações, os modos de vida humanos individuais e coletivos evoluem no sentido de uma progressiva deterioração.”
A crise planetária e a educação ambiental
Na obra Terra-Pátria, (2001), Edgar Morin propõe a reformulação do pensamento para a compreensão da crise planetária que se instalou na Terra. Nesse contexto observa que as civilizações dispersas do planeta estão vivendo um momento de necessidade de interdependência em todos os aspectos e é preciso, então, que se consolide a fraternidade que surge com a conscientização da importância dessas inter-relações entre a comunidade humana e o cosmo. Fala ainda da era planetária em que vivemos e a sua agonia, do cartão de identidade terrena, dos objetivos terrestres e da responsabilidade do ser humano na transformação da Terra-Pátria que deve iniciar-se pela transformação do pensamento.
Assim, apontamos a necessidade de se promover a Educação Ambiental como primeiro passo a ser dado, quando se deseja mobilizar pessoas para ações relacionadas à ética e a cidadania ambiental. Para isto, faz-se necessário promover um conhecimento capaz de educar e formar cidadãos conscientes de suas responsabilidades individuais, em relação à preservação e conservação do ambiente global, e assim promover o que Morin denomina de “cidadania terrestre”.
A situação vigente requer um trabalho de Educação Ambiental, que faça uso de estratégias dinâmicas e se ampare numa visão transdisciplinar, para assim proporcionar conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, sensibilizando-os para a importância da natureza como meio à perpetuação da vida.
Os desafios da educação ambiental
Desse modo, os cuidados com o planeta deve ser uma preocupação de profissionais de todas as esferas, em especial de educadores, no sentido de (re)educar ambientalmente os cidadãos terrestres. Assim, uma atividade de Educação Ambiental deve se constituir um processo contínuo, no qual os indivíduos e comunidades envolvidas tomem consciência da possibilidade de um colapso ecológico e adquiram conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir, individualmente e coletivamente, tendo como princípio básico o respeito a todas as espécies de vida.
A Educação Ambiental é um instrumento poderoso de que a sociedade dispõe no momento para resgatar valores capazes de induzir crianças e jovens a perceberem a natureza como um bem comum, a ser compartilhado com base no sentimento de solidariedade e responsabilidade.
O desafio de superar a crise ecológica a nível global deve ser, sem dúvida, uma preocupação de todas as esferas do poder público e de a humanidade como um todo, nessa direção, em temos constitucionais, na década de 1980, a Educação Ambiental passou a ser um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, que no seu artigo 225, diz que:
“Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
No mesmo documento se destaca como função do poder público “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
No âmbito escolar a Educação Ambiental vem sendo instrumento de preocupação das novas tendências curriculares. A esse respeito o MEC dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), propõe temáticas transversais que abrem espaço para se abordar o meio ambiente em todas as disciplinas do Ensino Fundamental.
Nesse sentido conclui-se que o desenvolvimento de um trabalho da Educação Ambiental formal ou informal pode ser considerado prioritário no atual momento da história da humanidade. Essa retomada de consciência deve acontecer com o apoio de profissionais das diversas áreas de conhecimento, uma vez que deve-se considerar a inter-relação existente nos diversos elementos da natureza, assim como a conexão entre os saberes.
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, abril, 2011.
Prof.º Dr.º Breno Grisi
De um lado os (hoje odiados, por muitos!) ambientalistas afirmando categoricamente que o aquecimento global é obra exclusiva do homem e fim de papo! Do outro lado os céticos opositores, afirmando também categoricamente que é tudo mentira e que tal aquecimento é obra dos destinos climáticos cíclicos da Terra! Um de tais opositores, aqui no Brasil, nega tanto esse fenômeno que chega a afirmar que nosso planeta enfrenta atualmente um "resfriamento"!
Enquanto isso os registros ou indicadores do aquecimento global descobertos pela ciência, mais uma vez (como vem acontecendo com as mutilações ao nosso Código Florestal) fica no meio desse tiroteio do "eu acho isso... eu acho aquilo".
Vou destacar alguns pontos de uma palestra que dei sobre este assunto, disponível para quem desejar conhecer pormenores em: GRISI (2009).
O “IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change” (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) define mudança climática como “uma mudança no estado do clima que pode ser identificada (por ex., usando testes estatísticos) pelas mudanças na média e/ou variabilidade de suas propriedades, e que persista por um extenso período, normalmente por décadas ou mais” (IPCC, 2007). Entretanto, o órgão das Nações Unidas que lida com essa questão (em inglês, “UNFCCC – United Nations Framework Convention on Climate Change”) atribui a mudança climática direta ou indiretamente, à atividade humana que altera a composição da atmosfera global e que é adicionada à variabilidade climática observada durante períodos de tempo comparáveis.
Os primeiros sinais (globais) de um aquecimento. Investigações realizadas por pesquisadores russos na estação Vostok, na Antártica, em que perfuraram o gelo (até 2755 m de profundidade) no lago Vostok e fizeram um registro cronoestratigráfico do gelo nos últimos 160 mil anos, observaram que a Antártida oriental foi mais fria e seca durante a última glaciação do que nos últimos 11 mil anos, que correspondem ao atual período interglacial (PRESS et al., 2008). Temos então a sorte de estar vivendo num período interglacial, em condições climáticas relativamente estáveis. Daí o florescimento de uma agricultura e pecuária capazes de hoje poder manter uma população humana de 7 bilhões de pessoas, em que pese a má distribuição dos produtos obtidos dessa “grande revolução” humana.
Dentre as principais conclusões do relatório de 2007 do IPCC destacam-se (MILLER & SPOOLMAN, 2009):
• Entre 1906 e 2005 a temperatura média global da superfície da Terra elevou-se em 0,74oC, concentrando-se essa elevação a partir dos anos de 1980.
• As emissões de gases do efeito estufa de origem antrópica aumentaram 70% entre 1970 e 2005, com médias de concentração de CO2 mais elevadas do que as que têm ocorrido em 650.000 anos da história da Terra.
• Nos últimos 50 anos as temperaturas do polo Ártico têm se elevado quase duas vezes mais rápido do que as do resto do mundo.
• Em algumas partes do mundo as geleiras e o gelo flutuante nos oceanos estão derretendo e retraindo-se em taxas crescentes, os padrões pluviométricos estão mudando e as secas extremas e prolongadas estão aumentando.
• Durante o século passado a média do nível do mar elevou-se de 10 cm a 20 cm, devido principalmente ao escorrimento da água proveniente do degelo de altitude, em terra (montanhas) e à expansão da água oceânica pelo aumento da sua temperatura.
O gráfico abaixo mostra o crescente do aquecimento ao longo das últimas décadas.
As fotos a seguir mostram a geleira Muir, no Alasca, em dois períodos: a foto da esquerda foi obtida em 13/08/1941 e a da direita em 31/08/2004 (fotos do “NSIDC ─ National Snow and Ice Data Center” dos EUA; site http://www.nsidc.org/data/glacier_photo/repeat_photography.html; acesso em 11/04/2009). Observe que as fotos mostram substancial mudança (em curto espaço de tempo) na posição e tamanho da geleira. A paisagem muda, vendo-se na foto da direita um processo de sucessão ecológica.
Muitos outros dados são mostrados no conteúdo de minha palestra, acima mencionada. São indicadores na macroescala e na microescala do aquecimento global. Nesta microescala desenvolvi pesquisa (no meu pós-doutorado, na Inglaterra) comparando os efeitos do aumento da temperatura nos microrganismos de solos do Brasil e da Inglaterra (GRISI, 1997). Os resultados mostraram que os solos da região temperada (Inglaterra) aumentariam a emissão de CO2 mais do que os solos tropicais (Brasil) se ocorresse um aumento da temperatura global.
Estou sempre insistindo, quando este assunto é mostrado na televisão e meus alunos me perguntam, por exemplo, se uma certa emissora de TV não estaria com razão ao mostrar que o aquecimento global é invenção dos países desenvolvidos, para limitar o crescimento dos países em desenvolvimento!!! e arremato afirmando:
SE HÁ UM EFEITO CLIMÁTICO CÍCLICO QUE NÃO PODEMOS EVITAR, MAS HÁ TAMBÉM UM EFEITO ANTRÓPICO COMPROVADO CIENTIFICAMENTE, É SOBRE ESTE ÚLTIMO QUE PODEMOS FAZER ALGUMA COISA. VAMOS CONTROLAR AS EMISSÕES DE GÁS CARBÔNICO E, SE POSSÍVEL, A DE METANO. O resto, será por conta da Natureza.
Referências
GRISI, B.M. (1997) Temperature increase and its effect on microbial biomass and activity of tropical and temperate soils. Revista de Microbiologia, 28: 5-10.
GRISI,B.M. (2009) Indicadores ecológicos do aquecimento global. I Congresso Nacional de Educação Ambiental e III Encontro Nordestino de Biogeografia. João Pessoa (PB), 10 a 13 de junho de 2009. G.de F. Seabra e I.T.L. Mendonça (organiz.), CD Rom ISBN 978-85-7745-367-2, Vol. I, pp. 25-42. Editora Universitária da UFPB.
IPCC (2007) Climate changes 2007: synthesis report. IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. IPCC Plenary XXVII (Valencia, Spain, 12-17 November 2007), Working Group contributions to the Fourth Assessment Report.
MILLER, G.T., Jr. & SPOOLMAN, S.E. (2009) Living in the Environment: Concepts, Connections, and Solutions. 16th ed. Belmont, Brooks/Cole, Cengage Learning, 674p.
PRESS, F.;SIEVER, R.; GROTZINGER, J. & JORDAN, T.H. (2008) Para Entender a Terra. 4a ed. (reimpressão). São Paulo, Artmed Edit. E Bookman Cia. Edit., 656p.
Fonte: brenogrisi-ecologiaemfoco
http://www.ecologiaemfoco.blogspot.com.br/2012/06/aquecimento-global-entre-bruxos.html
O telescópio espacial Hubble, projeto da Nasa, a Agência Espacial dos Estados Unidos, e da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), divulgou uma imagem da galáxia anã UCG 5497, localizada no grupo de galáxias 81 M, a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância da constelação Ursa Maior.
Os grupos de estrelas dão um tom azulado a galáxia, que vai durar alguns milhões de anos até que os astros explodam em supernovas. A imagem foi comparada pelos pesquisadores a um punhado de sal jogado sobre veludo negro.
Fonte: NASA.
O tema “oceanos” é geralmente deixado de lado nas negociações de meio ambiente, ofuscado por questões como mudanças climáticas ou desmatamento. Mas neste ano, na Rio+20, os líderes decidiram incluir os oceanos no texto final. O Blog do Planeta já mostrou como isso é importante: estamos transformando os mares em esgotos, e causando sérios danos à vida marinha.
O texto “O futuro que queremos”, que está sendo negociado pelos chefes de governo e Estado, tem um capítulo exclusivo para falar dos oceanos. Em vinte parágrafos, os países concordam que o atual estágio de poluição do mar é um problema. “Nós vemos com preocupação que a saúde dos oceanos e da biodiversidade está sendo afetada negativamente pela poluição marinha, especialmente plásticos, poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e componentes a base de nitrogênio”, diz o texto.
O problema é que, no último momento, os países mudaram um dos parágrafos sobre a criação de um plano para a conservação de espécies em alto mar. Foi trocado a expressão “o quanto antes” por “em 2014″, atrasando em dois anos a implementação do plano. O texto também define que, até 2025, devem ser alcançadas “reduções significativas de poluição do mar para prevenir danos aos ambientes costal e marinho”.
As ONGs criticaram o texto, que chamaram de “fracasso colossal”. Segundo Greenpeace, o artigo modificado era “o único trecho sensato” do documento. Para a ONG High Seas Alliance, os culpados foram Estados Unidos, Canadá, Japão, Venezuela e Rússia, que teriam bloqueado comprometimentos mais fortes.
Mas nem tudo foi um fracasso para os oceanos. A Austrália, outro país que costuma ser acusado de bloquear as negociações, veio para o Rio com a proposta de criar a maior rede de reservas marinhas do mundo. Se o projeto australiano for aprovado no Congresso, o país terá uma área total de 3,1 milhões de km² de áreas marinhas protegidas. Segundo o governo australiano, espécies de tubarões, peixes e corais serão protegidas.
Fotos: Antonio Lacerda/EFE e Governo da Austrália/Divulgação
Fonte: Blog do Planeta
ONU: novo índice vai medir se países crescem investindo no capital humano e preservando os recursos naturais (NASA)
Apesar de ser uma das maiores emissoras de gases que aceleram o efeito estufa, a China é o país que mais se desenvolveu de forma sustentável entre os anos de 1990 e 2008. O país encabeça um ranking de 20 países lançado neste domingo pela ONU durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. A lista se baseia no Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), uma nova forma de medir se o crescimento econômico dos países é sustentável. O relatório inclui as sete nações mais ricas do mundo, menos a Itália, e todos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Brasil ficou em quinto.
Enquanto os países crescem economicamente, a maior parte deles acaba com seus recursos naturais para aumentar o tamanho da economia. O IRI foi desenvolvido porque as atuais formas de medir as riquezas dos países - o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - não conseguem medir se o crescimento econômico das nações ocorre em detrimento dos recursos naturais do planeta.
"São índices concentrados no curto prazo que não indicam se as políticas públicas são sustentáveis através do tempo," diz Anantha Duriaiappah, diretor executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas (UNU-IHDP, na sigla em inglês), um dos órgãos da ONU que elaborou o índice.
Leia mais: Diretor da ONU explica como vai funcionar o Índice de Riqueza Inclusiva
Ranking - De acordo com a nova medição da ONU, em primeiro lugar ficou a China, com 2,1% de crescimento do IRI entre os anos de 1990 e 2008. Em segundo a Alemanha (1,8%), seguida por França (1,4%) e Chile (1,2%). O Brasil (0,9%) lidera o grupo de 10 países que teve crescimento inferior a 1%. Os Estados Unidos, o maior poluidor e a nação mais rica do mundo, teve um crescimento sustentável de 0,7% de acordo com o IRI. A Nigéria ficou por último, apresentando crescimento negativo de 1,8% no período entre 1990 e 2008.
ÍNDICE DE RIQUEZA INCLUSIVA (IRI)
O IRI considera quatro fatores para dizer se um país cresce de maneira sustentável. O primeiro deles é o capital humano, que mede o nível de educação e capacitação da população; o segundo é o capital produtivo, que mede a capacidade manufatureira do país; o terceiro é o capital natural, que diz das florestas, peixes, combustíveis fósseis, minerais e terra agrícola dos países; e o capital social, que calcula reduções na expectativa de vida dos habitantes ao longo do tempo. Este último fator não foi incluído no relatório de 2012, mas será contabilizado nas próximas edições, que devem ocorrer a cada dois anos.
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma em valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por um país.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)
Classifica os países pelo grau de desenvolvimento humano, a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e o PIB por habitante dos países.
A maioria dos países analisados está acabando com seus recursos naturais. "É importante medirmos os recursos de uma economia e como eles estão se alterando com o tempo, de geração para geração", disse Duriaiappah. "Percebemos que dos 20 países, 14 estão crescendo no IRI, ou seja, estão conseguindo crescer e deixar sua riqueza para as próximas gerações", diz. Contudo, dez países, a despeito do crescimento, estão em situação frágil, incluindo o Brasil. São aqueles que tiveram uma taxa de crescimento do IRI abaixo de 1% e podem acabar enveredando por caminhos insustentáveis facilmente.
Brasil - De acordo com o relatório lançado pela ONU, se o Brasil não tivesse investido na educação e capacitação da população, seu IRI poderia ter sido negativo. Isso porque no período analisado, entre 1990 e 2008, as reservas naturais do país diminuíram de tamanho e a produção manufatureira se manteve estável. "Na média, 56% da riqueza inclusiva do país vem do capital humano", diz o relatório. "O Brasil está alcançando as economias mais industrializadas nessa área."
A maior perda dos recursos naturais brasileiros está na área de florestas. Segundo o relatório da ONU, mudanças na área florestada representam 66% no balanço das reservas naturais do Brasil em relação ao ano de 1990. Apesar de o capital natural ter caído 25%, um recurso foi exceção: terras agrícolas expandiram 10%, com aumento equilibrado entre terras de pastagem e de plantação.
O IRI foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas (UNU-IHDP, na sigla em inglês).
Fonte: Revista Veja.
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/onu-lanca-indice-verde-para-superar-pib-e-idh
A conferência Rio+20 não poderia ocorrer num momento mais oportuno – e ao mesmo tempo mais inoportuno. Oportuno porque, nos 20 anos que se passaram desde a Rio 92, a última conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, duas certezas se sedimentaram. A primeira: é necessário fazer algo urgente em relação aos recursos planetários para que a atividade econômica do futuro não fique comprometida. A segunda: nos últimos anos, criou-se tecnologia suficiente para evitar uma catástrofe ambiental. As empresas têm instrumentos para tratar a água, diminuir a emissão de poluentes e reciclar materiais. Cresce no mundo todo o uso de fontes de energias renováveis, como solar ou eólica. Mas tudo isso custa dinheiro. Surge, aí, a pergunta: quem pagará a conta?
É por isso que a Rio+20 – o novo encontro organizado pela ONU, que reúne líderes ou representantes de 180 países no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 – não poderia ocorrer num momento mais inoportuno. Estados Unidos e Europa estão mergulhados na maior crise econômica desde os anos 1930. O tamanho das dívidas e a retração econômica geraram desemprego recorde nos EUA e ameaçam a própria sobrevivência da moeda europeia. Premidos por soluções imediatas para sair do buraco neste ano, há pouca disposição política para pensar em investimentos que melhorarão a vida das próximas gerações. No ano passado, a população do planeta alcançou 7 bilhões de pessoas. Está cada vez mais evidente que não é possível dar riqueza e conforto material para toda essa gente, nos padrões atuais de consumo e com as tecnologias correntes de produção. Nestes últimos 20 anos, os cientistas que estudaram o tema chegaram a conclusões aterradoras:
· Em 14 anos, dois terços da humanidade viverão em lugares com carência de água, segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).
· A atividade humana está alterando o clima da Terra – sim, apesar de alguns pseudocientistas insistirem em propagar bravatas, é consenso entre todos os pesquisadores sérios que a temperatura média da Terra está subindo graças à emissão de gases poluentes. A persistir nesse ritmo, é possível que, no final deste século, ela tenha aumentado 4 graus Celsius. Tamanha alta bastaria para desmanchar a cadeia produtiva de alimentos, inundar cidades e agravar eventos como secas e inundações.
· Num levantamento encomendado pelo governo britânico, o economista Nicholas Stern, da London School of Economics e da Universidade de Leeds, afirmou que o aquecimento custaria 20% do PIB global por volta de 2050, se nada fosse feito. Uma amostra disso seria a profusão de eventos semelhantes ao Furacão Katrina, que causou 1.836 mortos e prejuízos de US$ 81 bilhões em 2005 nos EUA. Ou à sequência de sete chuvas recordes no Brasil entre 2008 e 2011, que culminou com a tragédia na região serrana do Rio, com centenas de mortos.
Fonte: Revista ÉPOCA.
http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/06/edicao-verde-o-desafio-de-garantir-riquezas-e-recursos-para-proximas-geracoes.html
A subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres, Margareta Wahlström, divulgou na quarta-feira (13) uma estimativa dos prejuízos e mortes causados por desastres naturais e climáticos nos últimos 20 anos, desde a Eco-92. Mais de 1,3 milhão de pessoas morreram e 4,4 bilhões foram de alguma forma afetadas, causando US$ 2 trilhões em prejuízos. Para a subsecretária, os números mostram a falta de ação dos líderes mundiais nas últimas duas décadas.
Margareta quer que a Rio+20 discuta os impactos causados pelas mudanças climáticas. Isso porque, se as previsões dos cientistas estiverem corretas, o aumento na média de temperaturas vai fazer com que eventos climáticos extremos, como inundações, seca, furacões, deslizamentos de terra, entre outros, sejam muito mais frequentes.
A subsecretária-geral da ONU acredita que a conferência pode se tornar um marco. “A Rio+20 precisa criar objetivos de desenvolvimento sustentável, com prazos realistas, para erradicar esse enorme desperdício de recursos humanos, sociais e econômicos. Nós sabemos como fazer. Nós temos as ferramentas para isso”, disse, em nota à imprensa.
Os dados divulgados pela ONU mostram que o país com mais pessoas afetadas por desastres naturais foi a China (2,5 bilhões de pessoas afetadas nos últimos 20 anos). Os Estados Unidos sofreram mais prejuízos (US$ 560 bilhões), especialmente por causa de furacões como o Katrina. E o país em que mais pessoas morreram por desastres foi o Haiti (230 mil pessoas), principalmente devido ao terremoto de janeiro de 2010.
(Bruno Calixto)
Fonte: Blog do Planeta.
Eduardo Felipe Matias é sócio responsável pelas áreas internacional e de sustentabilidade do escritório Nogueira, Elias, Laskowski e Matias Advogados. Escreveu o livro A Humanidade e suas Fronteiras: do Estado soberano à sociedade global, ganhador do Prêmio Jabuti em 2006. E continua pesquisando o tema. Em entrevista ao Blog do Planeta, ele conta por que as mudanças climáticas viraram a prioridade para a Rio+20.
ÉPOCA: O que podemos esperar da Rio+20?
Eduardo Felipe Matias: Menos do que se deveria, considerando a urgência do momento atual e o foco que tem sido dado até agora para a Conferência. Os dois temas principais que serão tratados na Rio+20 – a economia verde e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável – são essenciais. O problema é que, em cada um deles, o enfoque deveria ser um pouco diferente. A economia verde não irá vingar enquanto não se passar a considerar, na formação do preço dos produtos e dos serviços, os custos sociais e ambientais das emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa. Quando isso acontecer, produtores e consumidores serão induzidos a optar por produtos baseados em tecnologias de baixo carbono. A atribuição de um preço ao carbono poderia ocorrer de diversas maneiras – sendo que a mais promissora parece ser a criação de impostos nesse sentido. Essa é uma discussão, no entanto, que parece que irá passar longe da Rio+20.
ÉPOCA: Qual é a utilidade de reformar a ONU?
Matias: Essas discussões são o outro tema principal da Conferência. O debate é fortalecer o Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA) ou criar uma nova agência nos moldes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ou da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, o sistema interestatal não tem condições de promover sozinho a sustentabilidade global. A governança do desenvolvimento sustentável depende de diversos atores, como as empresas transnacionais, as organizações não governamentais e vários outros diferentes níveis de autoridade com capacidade de emitir regras que são seguidas por seus membros, muitas vezes voluntariamente. A Rio+20 deveria contribuir para a criação de um ciclo virtuoso da sustentabilidade que estimulasse a ação de todos esses níveis de autoridade. Por isso, seu foco não deveria se concentrar apenas na ação direta dos governos nacionais, mas na indução e na regulação dos comportamentos desses outros atores.
ÉPOCA: A Rio+20 trará resultados concretos ou será mais um avanço simbólico?
Matias: O panorama que está se desenhando é o de que, se houver algum resultado significativo, este será a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Seriam metas concretas que os países se comprometeriam a alcançar em áreas importantes como energias renováveis, uso da água etc. Ainda que não se tenha tempo de definir em detalhe todas essas metas durante a Conferência, se os países mostrarem uma vontade firme de estabelecê-las em um futuro próximo – fala-se em 2015 – esse seria ao menos um avanço simbólico importante.
ÉPOCA: Para que servem os objetivos de desenvolvimento sustentável?
Matias: O êxito da economia verde depende menos dos governos e mais das empresas – é importante lembrar que o setor privado é responsável por 70% da economia global. Sem empresas verdes não há economia verde.
Algumas empresas têm se antecipado e adotado práticas sustentáveis, confiando que estas em algum momento se tornarão obrigatórias. Acredito muito no papel desses vanguardistas nesse processo. Essas empresas tendem a pressionar os governos para que lhes assegurem condições para avançar rumo a modelos de negócios mais sustentáveis, sem perder sua capacidade de competir. Logo, os governos se comprometerem com alguns objetivos relacionados ao desenvolvimento sustentável é um elemento muito favorável para esse movimento, contribuindo para o ciclo virtuoso da sustentabilidade a que me referi anteriormente.
Isso porque, para que um grande número de empresas invista em “esverdear” a sua produção, estas precisam ter certeza de que a economia local e mundial caminha na direção de assegurar benefícios àqueles que apostarem em tecnologias de baixo carbono e penalizar aqueles que não o fizerem. Os ODS seriam um forte estímulo nesse sentido.
ÉPOCA:Como comparar a Rio+20 com a Rio92?
Matias: Primeiro, são duas conferências diferentes em sua preparação. A Rio92 foi o ponto final de um processo de negociação que estava mais avançado e resultou em documentos como a Convenção do Clima e a Convenção da Biodiversidade. Já a Rio+20 tem sido vista como o ponto de partida para novas discussões sobre o desenvolvimento sustentável. O momento das duas é também bem diferente. A maior mudança talvez tenha ocorrido no plano da geopolítica e da economia. Alguns países que apenas assistiam aos debates há 20 anos hoje têm influência nas decisões. A ascensão dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contrastou com a queda na participação dos países da OCDE no PIB mundial. Isso, por um lado, torna as deliberações mais complexas, mas também deixa as decisões mais abrangentes. Tratando-se de meio ambiente, tema que pede o engajamento de todas as nações – o atual é um cenário mais promissor.
Esse engajamento por parte dos países emergentes é, inclusive, necessário. Nos últimos 60 anos, a participação dos BRICs no total mundial de emissões de gases de efeito estufa aumentou de 15% para 35%. Logo, pensando nas mudanças climáticas, não há solução viável sem o envolvimento dos emergentes.
ÉPOCA: As descobertas científicas recentes aumentam a urgência da Rio+20?
Matias: A ciência evoluiu em sua compreensão das mudanças climáticas. Em 1992 esse era um tema que já havia adquirido importância, mas não se tinha ainda ideia da gravidade dos efeitos que a ação humana está provocando no meio ambiente. Hoje a sustentabilidade é um tema que mobiliza um número expressivo de pessoas, a cobrança aumentou e os governantes estão mais pressionados a agir. Isso também é bom.
ÉPOCA: O quanto a crise econômica global pode afetar a Rio+20?
Matias: Essa circunstância pode aumentar a resistência dos Estados Unidos em assumir compromissos fortes – principalmente em ano eleitoral – e deve diminuir o engajamento da Europa, que sempre esteve à frente do movimento pelo desenvolvimento sustentável. Essa liderança poderia, quem sabe, vir a ser ocupada pelos países emergentes – embora estes também pareçam ainda desconfiados de que crescer de forma sustentável é possível, isso sem falar no medo de que a economia verde só iria servir para justificar a imposição de novas barreiras comerciais a seus produtos. Seria, de qualquer forma, uma boa oportunidade para o Brasil aumentar o seu peso no cenário internacional.
ÉPOCA: Quais são os maiores desafios para o mundo hoje?
Matias: Não tenho dúvidas de que o maior desafio é deter as mudanças climáticas.
Nesse sentido, a Rio+20 não poderia deixar o foco em meio ambiente de lado, e não deve, principalmente, varrer o problema das mudanças climáticas para baixo do tapete sob o pretexto de que o foro adequado para tratá-lo é o processo de negociação no âmbito da Conferência do Clima. Se a sustentabilidade depende – e depende – do econômico, do social e do ambiental, o ambiental é o pé desse tripé que está mais bambo. Não há desenvolvimento sustentável num mundo castigado pelas mudanças do clima.
ÉPOCA: Por que as mudanças climáticas viraram o tema ambiental mais relevante?
Matias: Porque praticamente todos os outros graves problemas ambientais estão a ela interligados.
Recentemente, um grupo de cientistas do Centro de Resiliência de Estocolmo chegou à conclusão de que as pressões que a ação humana exerce sobre o sistema terrestre alcançaram uma escala na qual uma mudança ambiental global abrupta ou irreversível não pode mais ser descartada. Esses autores definiram “limites” ou “fronteiras” planetários que, se ultrapassados, poderiam trazer efeitos catastróficos para a humanidade. Essas 9 fronteiras são as seguintes: poluição por produtos químicos; acidificação dos oceanos; acúmulo de aerossóis; consumo de água doce e ciclo hidrológico global; camada de ozônio; mudança do uso da terra; interferência nos ciclos globais do nitrogênio; taxa de perda da biodiversidade; mudança climática. Eles estimam que esses três últimos limites já foram ultrapassados. Claro que todos esses são problemas importantíssimos, que merecem máxima atenção. Porém, de todos eles, o da mudança climática me parece o mais grave, porque é aquele em que, mais claramente, nos aproximamos de alcançar o ponto de não retorno – se é que isso já não ocorreu, como defendem esses cientistas. E é um limite que tem efeitos sobre diversos outros. Por exemplo, há estudos que afirmam que uma mudança radical do clima, que venha a alterar o regime de chuvas na região amazônica, podem levar a um processo de savanização da floresta, com sérias consequências para a sua biodiversidade. Por isso, o combate às mudanças climáticas deveria ser visto como prioridade. O atraso em fazê-lo pode agravar todos os outros problemas ambientais.
ÉPOCA: E a erradicação da pobreza?
Matias: Também um assunto urgente. A miséria e a fome são a maior vergonha da nossa civilização. No entanto, qualquer avanço na área do combate à pobreza será rapidamente anulado em um mundo em desordem ambiental. Os efeitos econômicos e sociais de secas ou inundações anormais, de tempestades que devastem habitações e plantações, são sentidos mais intensamente pelos mais pobres. Por isso, é preciso pensar, muito mais do que vem sendo feito até hoje, na adaptação que será necessária para aliviar os danos que as mudanças climáticas poderão trazer para alguns países. E evitar essas mudanças não é tarefa fácil, daí o tamanho do desafio. Implica grandes transformações em diversas áreas, como transportes, agricultura, energia. Nesta última, por exemplo, a substituição dos combustíveis fósseis por energias renováveis é um processo complicado, cujo sucesso depende de inovações que aperfeiçoem e barateiem as tecnologias existentes, e talvez não seja bem sucedido sem a invenção de novas tecnologias. Isso demanda investimentos pesados em pesquisa e desenvolvimento por parte dos governos e das empresas. Vencer esse desafio requer também mudanças no comportamento de toda a sociedade, em um esforço concentrado como nunca antes se viu na história da humanidade.
ÉPOCA: Diante de uma grande crise financeira atual, com as maiores economias do mundo andando de lado, faz sentido discutir crescimento sustentável do ponto de vista ambiental e social?
Matias: Faz todo o sentido. Costumo dizer que a crise ambiental e a crise financeira são faces da mesma moeda, porque os mesmos incentivos e motivações equivocados que levaram a uma nos conduziram à outra. Ambas resultam de vivermos acima de nossas possibilidades, sejam elas econômicas, sejam elas ambientais.
Sem mudar esses incentivos, viveremos uma nova crise financeira e não evitaremos a crise ambiental ou a crise social.
ÉPOCA: Nem se esses incentivos levarem ao crescimento agora?
Matias: De nada adianta continuar crescendo – ou voltar a crescer – nos moldes atuais. Não podemos nos esquecer da origem da expressão “desenvolvimento sustentável”. Ela só passou a ser utilizada porque, em determinado momento, notamos o risco de continuar crescendo com base em uma demanda por recursos naturais que supera a capacidade de regeneração do planeta. Quando se fala em atender as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender as suas próprias necessidades, o que se quer dizer é que o desenvolvimento que prejudica o ambiente afeta também o desenvolvimento futuro. Só que o grau de destruição da natureza foi tamanho nas últimas décadas que não é apenas o desenvolvimento das gerações futuras que está em jogo. As gerações atuais já irão sofrer os efeitos desse crescimento insensato. Por isso, é fundamental que, ao procurar atender as demandas atuais, como a geração de empregos, esse esforço esteja alinhado com a preocupação em preservar os recursos do planeta. Pior que uma crise econômica, só uma crise econômica acompanhada por desastres ambientais.
(Alexandre Mansur)
Fonte: Blog do Planeta, Revista Época.
Da Redação
São Paulo - "A Rio+20 deve ser analisada pela mobilização social que vai gerar já que ela é uma etapa de um necessário processo de transformação social baseado em novas formas de produção econômica e de vida em sociedade". A avaliação é de Wagner Costa Ribeiro, doutor em Geografia Humana e professor titular do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo. Coordenador do Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do Instituto de Estudos Avançados da USP e do Grupo de Trabalho Rio+20, Wagner Costa Ribeiro concedeu entrevista à Carta Maior tratando das diretrizes do evento e apontando a atual situação do Brasil frente aos problemas econômico-ambientais.
Qual a sua expectativa em relação a Rio+20? Que resultados espera desse encontro?
A Rio+20 deve ser analisada integralmente e não apenas pelos resultados que os três dias de reunião dos Chefes de Estado trarão. Ela é mais uma oportunidade de mobilização social, que fortalece o movimento social, que atua em conjunto com o movimento ambientalista desde a Rio 92. Um exemplo dessa articulação é a posição do MST no debate sobre o Código Florestal no Brasil. Eles estavam junto dos que compreendem que a função social da terra implica também em garantir sua capacidade de produção para as gerações futuras, uma premissa ambientalista.
Serão cerca de 1200 eventos em pouco mais de 10 dias, incluindo os que serão realizados na Cúpula dos Povos, o que é extraordinário. E ainda temos os povos indígenas, que discutirão separados dos demais, como fizeram na Rio92. A Rio+20 serve para oxigenar o debate socioambiental e mobilizar a sociedade para temas centrais como a inclusão social com parâmetros ambientais, um desafio que terá que ser enfrentado.
O documento final deverá expressar essa intenção. Ele é produto de um contexto muito difícil pois o cenário internacional é desfavorável: crise financeira e econômica, mais eleições em países importantes. O Brasil já é um protagonista importante que criou um portal (www.riodialogues.org), que permitiu a participação direta dos cidadãos na Conferência por meio de propostas que foram votadas e que serão enviadas aos Chefes de Estado.
Essa iniciativa não vai acabar na Rio+20, ela será mantida como um portal para discussão dos temas socioambientais internacionais. O mesmo ocorrerá com o documento final, que só fará sentido se ganhar aplicação entre os países. Por isso a Rio+20 deve ser analisada pela mobilização social que vai gerar já que ela é uma etapa de um necessário processo de transformação social baseado em novas formas de produção econômica e de vida em sociedade.
O senhor acha que a "economia verde", com seus mecanismos financeiros, seria a resposta para o embate entre recursos naturais finitos e o desenvolvimento econômico?
Economia verde foi uma invenção para tentar dar novos rumos ao debate. Não existe consenso sobre sua definição, muito menos se será eficaz. Os instrumentos de mercado são convenientes, mas deixam a desejar. Veja a oscilação dos preços, por exemplo, de material reciclável diante da crise, ou mesmo dos créditos de carbono dado o fim do período de compromisso de redução de emissões. O mercado, como já sabemos, falha, não seria diferente com os temas ambientais. Por isso esses instrumentos devem ser vistos com atenção, não são uma alternativa durável.
O senhor poderia comentar um pouco esse trecho do seu artigo "Globalização e Geografia em Milton Santos" (2002) à luz da conjuntura econômico-ambiental vigente hoje: "A globalização é fragmentação ao expressar no lugar os particularismos étnicos, nacionais, religiosos e os excluidos dos processos econômicos com objetivo de acumulação de riqueza ou de fomentar o conflito".
Veja a inserção dos países africanos no mundo capitalista, ou mesmo do Brasil e de nossos vizinhos da América do Sul. Ela está baseada na exportação de recursos naturais e em produtos agrícolas, ou seja, possuem relação direta com a exploração da natureza, dos recursos hídricos, do solo. O que sobra desse processo? O passivo ambiental, a injustiça socioambiental e os conflitos.
A globalização para o acesso aos recursos naturais pelos países industrializados gerou possibilidades de ganhos pontuais e episódicos, mas que não serão duradouros porque estão baseados em fontes não renováveis. Os impactos ambientais são a expressão desse processo de acumulação baseado no uso intensivo de recursos naturais. Em 2011 escrevi outro texto, publicado pela Fudan University, de Shangai, no qual afirmei que os países emergentes se tornarão potências apenas se conseguirem impor novos modelos de organização da atividade econômica. Reproduzir modelos que estão em crise ou simplesmente fornecer material para que ele se reproduza, significará a impossibilidade de ruptura e a manutenção de uma posição inferior no sistema internacional.
O que o senhor acha do crescimento da bancada ruralista no Congresso Nacional? Seria um sintoma do recrudescimento conservador das politicas ambientais no Brasil?
Esse é dos desafios que teremos que enfrentar no Brasil contemporâneo. Existe um Brasil dinâmico, urbano, que se modernizou inclusive nas relações políticas. Essa parte do país está, e não é de hoje, sub-representada no Congresso Nacional, porque ela está concentrada nos estados do Sudeste e do Sul, com parcelas também dispersas em parte do Centro-Oeste e em metrópoles e centros regionais do Norte e do Nordeste.
Mas existe um outro Brasil, que também se modernizou, mas apenas para a produção agrícola baseada na exportação, por meio do uso intensivo do solo, da água e com o emprego de muito agrotóxico proibido em países ricos e em países pobres. Essa parte do Brasil não passou por uma modernização política, o que permitiu a transformação do setor agropecuário em um movimento político que tem força no Congresso. Como a Presidenta depende de maioria para aprovar seus projetos, fica refém de negociações que nem sempre espelham o interesse geral, mas de parte dos brasileiros. Para corrigir essa distorção teríamos que alterar o processo eleitoral mudando a representação dos estados no Congresso.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20302
A um mês da Rio+20, ainda há pouca clareza do que o encontro trará de concreto. A falta de consenso vai desde as características da economia verde até como a ONU tratará o assunto daqui para frente. De um lado, há quem acredite que o desenvolvimento sustentável deve tratar mais das questões sociais, para acabar com a pobreza. E há quem defenda que seja mais verde. Focando na preservação da natureza, dos recursos naturais e na baixa emissão de carbono.
Para André Carvalho, professor da Fundação Getulio Vargas e pesquisador do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), essa divisão no debate é uma perda de tempo. O desenvolvimento sustentável já foi definido em 1987 e, agora, é hora de colocar o assunto como a pauta mais relevante nos governos para a tomada de decisões e criações de leis que tenham impacto no futuro da Terra. Nesta entrevista, ele fala da importância da Rio+20 para os rumos desse assunto.
ÉPOCA: Um dos temas que a Rio+20 discutirá é “Economia Verde no contexto da preservação do meio ambiente e da biodiversidade, na perspectiva da erradicação da pobreza e das desigualdades”. Estamos mesmo preparados para uma mudança nos processos econômicos?
André Carvalho: Caminhos para uma economia verde têm avançado. Com a Rio+20, isso pode ganhar força à medida que o desenvolvimento sustentável ficar mais elevado na hierarquia dos governos e da ONU. O grande desafio é que seja cada vez mais abordado intensamente em órgãos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. De que adianta a gente falar que é preciso incluir o assunto nos governos, se os órgãos que estão fortemente ligados às questões de governança e de economia, o desenvolvimento sustentável continua parado no preâmbulo das missões e fica só na teoria?
ÉPOCA: O que se tem debatido no âmbito da economia verde?
Carvalho: Um debate que eu tenho acompanhado nessa pré-Rio+20 é se a agenda deve ser mais econômica e social, ou mais econômica e ambiental. Separar isso é perda de tempo. É ótimo aumentar a oferta de energias renováveis porque se reduzem emissões de gases do efeito estufa. Mas isso também significa dar segurança a países não-desenvolvidos, onde as mudanças climáticas têm maior impacto, ameaçam a segurança da agricultura se causar uma seca extrema, ou fortes chuvas fora de época.
ÉPOCA: E a Rio+20 terá força para colocar a economia verde na pauta do mundo todo?
Carvalho: Um evento com a representatividade de uma Rio+20 tem o poder de gerar documentos com manifestações concretas apontando para as necessidades que o desenvolvimento sustentável se torne mais importante para os governos e organismos multilaterais, como falei da OMC. Mas eu não vejo nas ambições, pelo menos do Brasil, um interesse em fazer que isso seja debatido e seja um dos resultados. Estão falando na possibilidade de criar um novo órgão na ONU voltado ao desenvolvimento sustentável, como a OMC é para o comércio. Isso é representativo, mas não sei vai resolver os problemas e colocar a economia verde na pauta.
ÉPOCA: Esse novo órgão não iria gerar mais burocracia às negociações? Ou daria mais força para resolver as pautas ambientais?
Carvalho: Eu não priorizaria essa criação. O desenvolvimento sustentável tem que subir na hierarquia dos órgãos já existentes. O preâmbulo da OMC diz que o comércio tem que ser orientado com o uso sustentável dos recursos, então, a ideia de sustentabilidade está lá na teoria. Mas não está na prática. A OMC restringe a exportação de gasolina que emite enxofre acima de um limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde. Faz isso pensando no bem-estar do povo do país que importa. Mas não há restrição para produtos de madeira que venham de desmatamento ilegal. É como se a OMC falasse para os países em desenvolvimento: “seja competitivo, venda produtos a qualquer custo, mesmo que impacte no meio ambiente”. Isso é um debate dos anos 90. A OMC precisa começar a considerar restrições sobre as formas de processos produtivos. Mas não está no debate da Rio+20. Poderia pelo menos fazer com que o tema seja tratado num documento final, isso é mais importante que criar um órgão de governança para o desenvolvimento sustentável.
ÉPOCA: O que você espera da Rio+20?
Carvalho: Um evento como esse deve apontar pra onde a discussão da sustentabilidade deve ir. Não é para olharmos o retrovisor e nos lembrarmos dos eventos do passado, e sim, para apontar para onde devemos ir com base nos desafios que surgiram nos últimos anos.
ÉPOCA: E quanto à urgência?
Carvalho: Não. Já estamos muito atrasados para discutir uma economia de baixo carbono. O perigo de não sair nada na Rio+20 só reforça a angústia de quem trabalha com a sustentabilidade há pelo menos uma década. Vem uma conferência importante e pode tratar de temas novos e desafios, só que ainda estamos discutindo como vai ser a nova economia. Se é mais ambiental ou mais social. Não estamos atrasados só em relação à mudança do clima e da segurança da biodiversidade. Estamos atrasadíssimos na agenda da erradicação da pobreza, sobretudo no combate à desigualdade social. Celso Furtado já tratava de saídas para a pobreza nos anos 60. O 1º relatório de desenvolvimento humano é de 1990, é um marco ao dizer que desenvolvimento de uma nação não se mede apenas pelo PIB e renda per capita. O conceito de desenvolvimento sustentável é de 1987, está no relatório Nosso Futuro Comum, que ligou os temas sociais e ambientais como um tema só. A conferência da Rio-92, que veio para aprofundar isso, já tem 20 anos e a gente ainda não conseguiu fazer com que esse tema fosse representativo nas decisões diárias dos governos. Estamos atrasados e ainda ficamos falando “o desenvolvimento sustentável deve proteger o meio ambiente” ou “não, deve acabar com a pobreza”. O tempo está passando e não conseguimos fazer com que algo que já foi objeto de consenso ganhe representatividade. Existem avanços de 92 para cá. Até fico otimista pensando que podemos avançar mais. Só que ao mesmo tempo, temos que avançar com uma velocidade muito mais rápida. E qual é o indicador pré-Rio+20? É que voltamos ao debate pré-rio92.
(Thais Herrero)
Fonte: Blog do Planeta - Revista Época.
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